VERSOS EN LUH ARADOS
Versos enluharados foi meu primeiro livro de poesia publicado. Tonho França, que na época era editor na Multifoco editora, me convenceu a mostrar para o mundo meus escritos. Nunca havia acreditado que um dia teria uma publicação só minha,até então havia participado de várias antologias.
Para prefaciar o livro, convidei o amado professor Ramayana Vargens, figura que teve ( e ainda tem) enorme importância na minha vida literária.
O livro foi lançado em 2012 numa linda noite de autógrafos no Museu do Instituto Nossa Senhora da Piedade.
NOVA LUA CHEIA
Os poemas de Luh Oliveira correm em cadência tranqüila, como
música mansa de um riacho discreto. Não há turbulência de grandes ondas, nem
mergulhos em misteriosas profundezas ocultas. Existe, somente, a clareza de
águas cristalinas e a certeza de um curso estável que sabe construir o caminho
até o oceano – onde o luar encontra o mar.
A poesia de Luh impacta pela maneira simples de seu jogo
poético, tão denso e iluminado. São versos sob o signo da Lua, ser fecundo e
fertilizador que ambienta o imaginário de nossas paixões.
Mulher-lua e mãe-poeta, Luh cumpre, com valentia e
brilhantismo, seu lunático destino de parideira de versos. Sua poesia domina um
território que – acima de qualquer categoria acadêmica – deve ser chamado de
Literatura de Vida. A autora se abre e se expõe, despojadamente, revelando
flagrantes e aspectos de sua experiência existencial.
Pelos versos, imagina-se a vida da poeta. Sente-se sua força
como pessoa, sua sensibilidade. Os poemas descrevem ou sugerem cenas íntimas e
fortes. Não há fronteiras, nem hierarquia, entre confidências, reflexões, desabafos
ou simples desenhos da imaginação. A gente se identifica. A leitura e a
descoberta da alma por trás dos versos criam laços de emoção fraterna. Idéias e palavras viram cúmplices e
testemunhas de nossa intimidade solitária. A poesia penetra.
Seu recado poético é pessoal, atual e universal. A poeta
dança glórias e dores com movimentos marcantes e harmoniosos de um texto bem
musicado – no ritmo e na intensidade expressiva. Versos com sangue de fêmea e gosto de amante. Rimas de menina enluarada e atenta –
intuitiva e vigilante, parceira das transcendências. Versos de luta, de mãe e amiga. Observações
de uma mente conectada na valorização do humano, com cores que variam do humor
suave ao flagrante veemente da realidade. Poemas com nobre espírito, explosão
de desejos e momentos exemplares de amor descomedido. Mensagens que atingem inquietações legítimas
das gentes de fé que cultivam esperanças.
Versos que ensinam, com arte, a arte de viver. A boa poesia de sempre – tocante e inexplicável, como a prateada
claridade da Lua.
Ramayana Vargens
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