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Mostrando postagens de 2006

Luz

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Luz do sol Que penetra em mim traz sementes de cores Aquarela no horizonte Arco íris de cetim Luz que ilumina Luz que me irradia Luz que corre em oração Lua que brota de Deus Luz que floresce POESIA!

Dúvidas

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Dúvida, Quanta dúvida Pra falar sobre dúvida! Da vida, muita dúvida. Quem duvida Da falta de comida Da poluída bebida Da arte banida Da amizade colorida Da ferida dolorida? Quem duvida? Da dor admitida Da alegria comedida Da palavra que elucida Da tristeza enxerida Da verdade destemida? Quem duvida? Dúvida... Muita dúvida... Duvida???

Anoitece

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Pôr-de-sol, dia comum Caminho na areia da praia colhendo estrelas cadentes em meio a um oásis de sereias. Os céus tocam acordes de lua cheia Trombetas anunciam a chegada da noite. Piso em nuvens tempestuosas dançando valsa com os ventos. A lua reina majestosa sobre a noite que não tem fim. Anoitece em mim.

Revelação

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Diante dos olhos Súbito, claro Uma noticia Uma revelação. Suave semelhança? Mera coincidência? Crenças dissipam-se Máscaras caem Quem é você? Algo em mim partiu. Inverno...

Envenenado

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O veneno- homem mata Em suaves doses aperitivo um olhar uma palavra Soro antiofídico Nada! Uma idéia Uma atitude O veneno-homem mata Vacina a cada amanhecer...

Insônia

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Espero o sono chegar A noite adentra em mim cintilando estrelas no céu vôo, sinos, tempestades... Espero o sonho chegar em suaves nuances de negro luar Escuto a melodia do silêncio ecoando por entre os caminhos do vento Espero um poema chegar Uma palavra, um verso... Quem sabe caia de alguma estrela cadente ou surja na cores da brisa bem devagar ... Espero o sono Espero o sonho Versos alados Poesia cadente Espero a vida passar...

POETNIA

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Poesia navegante Portugal - Brasil Achamento. Selvagens. Mata. Bicho. Rio. Língua mátria Salve Caminha! Terra à vista Porto Seguro. Brasil. Terra rica, terra fértil Em se plantando tudo dá Cana-de-açúcar, café, ouro É natureza pra se fartar... Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá mas os indios foram cativos dos brancos do além-mar! Muita luta, catequese imposição de religião inúmeras tribos extintas em nome de Dom João . E veio a Mãe África com toda força e esplendor mãos doces de cana mães amargas de dor. Luta. Escravidão Quilombo dos Palmares Negros vistos como gente Poesia - Castro Alves! Meu Brasil Brasileiro Atabaques, bandolins Mãos negras, mães pardas Rosas,dálias, orquídeas, jasmins. Meu Brasil brasileiro José, João, Helena, Maria juntos numa mesma face. Brasil - Poetnia.

Sonho

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José Maré De palavras aladas Ondas poéticas Num mar sem fim Antonio antagônico anônimo Tonho (tris)tonho risonho um sonho recheado de poesia viva sonho de minhas noites perdidas Componho meus versos caminhando em teus olhos Disponho meu coração pra tua estrela brilhar em meu céu. Tonho sonho da Lu(a) de cristal.

Estadia

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A íris dos meus olhos Dançam ao som do silêncio Volúpias de paraíso Êxtase dos ventos Tua chegada em mim.

Construção

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Grande pedra na estrada Desejo interrompido Atalho ao léu Sonhos esculpidos Traço a traço Rocha, cor, pincel Sonho sobre sonho Pedra sobre pedra Um dia chegarei ao céu!

Identidade

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Sou o sol que te bronzeia a pele Rubor - cor - sedução Sou eu que queimo a terra Fome - castigo - sertão Esquento teus sonhos Alimento tuas fantasias Eu sou pai, sou mãe, Sou chuva, alimento Corro por entre as matas À procura dos ventos Sou limpa, turva, pálida Escorro de teus olhos Persigo a tua estrada Sou estrela, azul, infinito Dançando no mapa astral De sua noite enluarada Sou lucidez, fascínio, candura Sou paz, chama, loucura Sou entusiasmo Sou esquecimento Sou um deus Vim ao mundo transformá-lo no paraíso Eu sou o Amor.

Amar...

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Amar é... florescer na luz do teu olhar semear no mundo, o paraíso cantigas pra te embalar...

Topo de mim

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Vermelho poente sangra o horizonte No topo do mundo olho a amplidão Dentro de mim , escuridão Salto as pedras no caminho Já não vejo volta Dai-me tua mão, Senhor! Tenho medo do fim!

Navalha

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Corta em fios a pele navalha afiada faminta.. Arde , queima sufoca sangra-me em poças, Cacos de mim pelo chão.. Ah! Saudade! traz meu amor aqui!

Valsa Enluarada

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Quando os sinos tocarem Os acordes da meia-noite Quero que me leves Numa valsa enluarada Ao centro de tua estrada E me faça tua deusa Até o chegar da alvorada.

Borboletando

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Dia branco Borboletas beijam estrelas Dançam entre luas Em ti, penso: Sou tua!

Hemorragia

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Dentro de mim explodes, Inundas meu corpo Exploras, prazer. Em mim, orgia Homem-ragia

Meteorologia

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Meu coração se enfeitou de estrelas Embebedou-se de céu Extasiou-se com teus olhos de mar O universo conspira: É tempo de te amar!

Anjos azuis

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Anjos azuis, Serenata em tua janela Acordes de flautas doces Acordam teu sorriso – aquarela .

Notas de mim (Notas?)

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Som e silêncio Notas de anis Jazz, blues, rock Acordes de cetim Sons que semeiam uvas Colheita fora de hora Cacau, pêra, maçã Laranja, lima, amora Cores de infinito Arco-íris, esplendor Cinza, sol nascente Íris, furta-cor! Seu olhar,minha forma Esfera, horizontal Quadrado, Prisma Sou tridimensional Sou beija-f lor, Beijo-f lores, Semeando idéias Em todas as cores Sou estação... sou esta, Sou o que vou sendo Sou o que são.

Despedida

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Andei pelo caminho - perdida Tropecei em pedras - ferida Enfrentei o mundo - atrevida Acreditei em verdades - traída Perdi meu rosto – bandida Não suporto mais! Cansaço, lágrima caída Chegada a hora - partida Despedida Saída Só ida (não há porque dizer adeus)

Sinos e Saudade

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Meia-noite Da janela do meu quarto escuto o badalar dos sinos ecoando por toda cidade Não há mais pássaros no céu Só os sonhos voam pelo infinito Em asas secretas, velocidade Não há mais pássaros no céu e ouço os sinos ecoarem acordes de saudade Meia-noite Toca o sino Tua presença me invade.

Ampulheta - Lu Oliveira/Tonho França

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Um minuto Apenas um minuto Um minuto pra sonhar (ainda existem sonhos) Atravessar fronteiras Transpor limites Permear todos os caminhos Desertos, firmamentos, (ainda sei como voar) Navegar por entre estrelas Flutuar, lumiar... Um minuto, Apenas um minuto Mas meu relógio Acabou de quebrar . (10/08/06)

Súplica

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Por que não me deixa em paz? Por que por onde eu vou você vem sempre atrás? Por todo caminho você me persegue Nos momentos de glória Sua sombra me converge Num rio de águas profundas seu braço me imerge. Por que não me deixa em paz? Presente no sono, no sonho No amor e na saudade Olhares, sorrisos, lágrimas Em tudo você me invade. Saia da minha vida Não lhe quero por perto Você seca minhas raízes Faz de mim um frio deserto Olhar gélido que petrifica minha alma Por que não me deixa em paz? Por que não me deixa em paz? Vá embora, tristeza! Não volte nunca mais!

Se...

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Se eu tivesse uma varinha mágica faria brotar rosas em tuas paredes rosas vermelhas e perfumadas que te fariam sempre seduzido a sonhar teu sonho preferido. Se eu tivesse uma varinha mágica ladrilhava teu caminho de estrelas estrelas cadentes e faceiras que reluziriam teu jardim como se fosse um canteiro de cetim. Mas como não tenho uma varinha mágica Vou tentar fazer a coisa mais certa Tentar criar a palavra correta pra que entendas, poeta que eu sou a tua poesia predileta!

Mãos dadas

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Não solta a minha mão Que o caminho é longo Tanto tempo de espera Atravessando tempos e espaços Buscando-te em cada vôo alado É chegada a hora . Não solta a minha mão . Teus passos caminham com os meus Juntos na mesma estrada Dura, fria, perene, florida Eu e tu, tu e eu. É chegada a hora. Não solta a minha mão . Estou atada ao teu braço Seguindo em nosso barco Amarrado a uma estrela Rumo ao infinito .. Segura firme... Não solta a minha mão!

Confissão

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Que poderia dizer-te, amor meu que já não tenhas percebido em meus olhos que já não tenhas pressentido em meus gestos que já não tenhas observado em minhas inquietações? Que poderia dizer-te, amor meu que já não tenhas sentido em meu olhar sedento de ti que já não tenhas lido em minhas humildes palavras que já não tenhas vivido em nossas vidas passadas? Que novas palavras teria que inventar para mostrar-te a grandiosidade deste sentimento que nos une, a força impetuosa deste amor tão meu, tão teu, tão nosso! Que outras poesias teria que criar para enaltecer meu amor por ti, amor que me faz transcender minhas próprias limitações e que faz de mim tua companheira imortal... Que mais poderia dizer-te, amor meu além de confessar que te amo?

Sou tua poesia

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Sou tua rua, tua esquina Sou teu verso, sou tua rima Sou teu nascente, teu poente Sou teu povo, sou tua gente Sou tua lua, teu céu Sou tua flor, sou teu mel Sou tua chuva, teu vento Sou teu murmúrio, sou teu lamento Sou teu outono, tua primavera Sou teu quadrado, sou tua esfera Sou tua cerveja, teu vinho Sou tua estrada, sou teu caminho Sou teu riso, teu canto Sou teu choro, sou teu descanso Sou tua noite, sou teu dia Sou tua com maestria Sou tudo que te contagia Sou tudo que te inebria Sou tudo que te irradia Poeta, sou tua POESIA!

Sentimento

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Sentimento profundo acercou o meu mundo e me fez enxergar a beleza da vida a beleza do ser sentimento profundo me fez liberta me acercou de você.

Meu colo-mãe

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Vem... Aninha-te em meu colo Nada há de acontecer de mal Sou teu consolo, teu refúgio Teu porto seguro, tua nau... Aninha-te em meu colo Que aquela dorzinha passa Arranhões, beliscões, topadas Até aquela birra ou pirraça Aninha-te em meu colo Do meu ventre nasceste És minha menina, minha flor Minha jóia, meu sol nascente... Por ti tenho forças pra continuar Pra ladrilhar de flores o teu caminho Mas flores também tem espinhos Se te ferirem, corre pro meu ninho! Aninha-te em meu colo Aninha-te em meu calor Pra sempre tua mãe serei Meu nome é amor! Vem... Aninha-te no meu colo Nada há de acontecer de mal Sou teu consolo, teu refúgio Teu porto seguro, tua nau...

Quem é esta mulher?

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Quem é esta mulher Que passa apressada Toda cheia de graça Finge que não me vê Só pra fazer pirraça? Quem é esta mulher Que caminha lentamente Com seu olhar de serpente Exibindo curvas envolventes Que me deixa fascinado Parecendo um demente? Quem é esta mulher Que exala seu perfume Que me incendeia feito lume Me embriaga com sua beleza Mas a mim parece imune? Quem é esta mulher Fêmea no cio Em total desvario Esbarra no meu sentimento Coração louco vadio... Quem é esta mulher Que roubou meu coração Que me deixou sem ação Louco apaixonado Por que só me diz Não? Quem é esta mulher?

Ausência

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Ausência Companhia ingrata M xx A xxxx L xxxxxx T xxxxxxxx R xxxxxxxxxx A xxxxxxxxxxxxx T xxxxxxxxxxxxxxx A Este coração Que só quer te amar... Ausência Triste presença M xxx A xxxxx C xxxxxxx H xxxxxxxxx U xxxxxxxxxxx C xxxxxxxxxxxxx A este coração que não agüenta mais te esperar Ausência Presença constante Ânsia latente Desejo de te encontrar...

Paraíso

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É ter o mar batendo nas pedras E o pôr-do-sol do seu olhar É sentir a maresia na pele E viajar no branco luar É falar o português E não ter vergonha de sonhar É acordar contigo E não cansar de te olhar É viver na Bahia E ter o poder de encantar É comer acarajé aos domingos E ter um poeta pra te amar...

Caminhada

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Caminhei pela praia vento soprava meu rosto leve brisa que acariciava que amansava meus monstros. Fiz castelos de areia torres altas e longínquas Depositei meus sonhos regados com lágrimas Pus dragões a protegê-los Construí segredos grão em grão e fui tecendo vagarosamente com fios de luz guardados, secretos adornados de estrelas protegidos pelo firmamento até o dia em que lhe encontrasse em que me encontrasse e quando o vi foi tudo tão simples o amor era tão simples que não pedia nada mais do que o milagre do sol nascente Caminhei pela praia meus passos já não eram só meus...

Protege-te de mim!

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Protege-te de mim! Da força de tuas pernas que podem minhas muralhas pular Da doçura dos teus olhos que podem minha vida adoçar Da carícia de tuas mãos que em minhas mãos podem tocar. Protege-te de mim! Da brandura do teu abraço que faz meu corpo aquecer Do calor do teu corpo que faz meu corpo gemer Do encanto da tua poesia que faz minha vida renascer... Protege-te de mim! Protege-me de ti!

Não me toque!

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Não me toque! Eu tenho medo do escuro Não tente pular o meu muro Deixe meu coração permanecer duro. Não me toque! Eu tenho medo de mim Do seu cheiro de jasmim Dos teus olhos de cetim Dos meus medos enfim. Não me toque! É tão insegura a minha estrada Tanta dor, rancor e mancada Que amar já não vale nada. Não me toque! Que já sinto você vindo Chegando e partindo E meu coração se ferindo... Não me toque! Não me sinta! Não me deixe só...

Aconteceu você

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E aconteceu você Meio sem perceber Entrou de fininho Instalou-se e fez ninho Entrou em meu coração De maneira tão veloz Que nem deu tempo de ouvir a voz Que cochichava em meu peito: Amor dói... Amor dói... E aconteceu você Passeando pelos meus pensamentos Incutindo-me ardores e desejos Trazendo cores em aquarela Pintando de azul meu céu cinzento E aconteceu você E aconteceu você Desliguei-me do mundo Mergulhei no abismo Só pra me perder com você...

Melancolia

M elancolia E negrece minha noite L iquida minha fantasia A vulta meu desespero N imbo de lágrimas vadias C isma em fixar morada O tempo todo, noite e dia L ouva a minha tristeza I ntimida minha alegria A h...triste melodia!

Quando te vejo

Quando te vejo A pele arrepia Frio que percorre Desejo que contagia Teu olhar me excita e me fascina a tua ousadia Teus olhos me desnudam arrancam-me todas as roupas ativam-me todos os sentidos Entrego-me ao delírio Embarco na tua fantasia Sinto-te em meu corpo Eu sou tua Tu és meu Até o amanhecer do novo dia...

Enquanto sonho

Enquanto sonho o mundo cochila as sombras acordam a noite avança as horas passam. Enquanto sonho a guerra fere homens matam crianças choram as horas passam. Enquanto sonho bares cheios cheias taças corpos se unem a paixão exalta as horas passam. Enquanto sonho nasce uma criança brota um jardim aves voam sorrisos ecoam as horas passam. Enquanto sonho vivo teu cheiro sinto tua voz sonho teu sonho perco meu sonho as horas passam os sonhos passam a vida passa enquanto sonho...

Renascer

Sou nova a cada dia Amanheço em cada estrela cadente Anoiteço acompanhando o pôr-do-sol Enterro minhas mágoas na areia da praia Por cima dela caminho ao sabor dos ventos Vento leste que desnorteia meus cabelos E embalam meus pensamentos desvairados Atiro-me à vida...anseio viver Chegam-me as feridas que fazem sofrer Chegam-me as alegrias que fazem sorrir Chega-me a morte que faz renascer Sou fênix...e das cinzas volto a viver.

Imagem em mim

Em cada email que leio ainda sinto teu perfume no canteiro do meu peito ainda sinto a fragrancia de tua flor quase murcha A distância é dor ingrata Tua ausência só me maltrata E vivo a esperar sua imagem que está germinada em mim e ninguém a mata...

Surdez

Em meus castelos de areia enterro minhas desventuras minhas amarguras e devaneios E cada grão de areia tocado é banhado com as lágrimas da decepção AS estrelas cadentes não iluminam meu rosto E no meu coração reina a escuridão Um grito engasgado em meu peito De que adianta? A surdez do mundo me emudece.

À espera

À espera de um novo dia Que nunca chega Que sempre passa E jamais me penetra... À espera do novo à espreita do velho e a vida vai passando Aqui Ali Vejo tudo passando E só eu ficando...

Três pontos

Foi naquele dia Entre emails e chamadas Um clique e algo mais Que tudo começou... Por trás da tela um ser desconhecido um ser tão cativante que logo mexeu comigo... Um vício se estabeleceu Vontade de se falar Desejo de se encontrar Encontros e desencontros Três pontos E fim!

O mesmo amor

O amor que corre avidamente pelas minhas veias aquecendo minha alma esquentando meu coração é o mesmo que inunda ferozmente meu oceano transbordado em lágrimas. O amor que fortalece e extasia que dá vida aos sonhos que faz versos e rimas é o mesmo que enfraquece a alma que fere a poesia O amor que nasce de repente brota, cresce, me faz sentir gente é o mesmo que me engasga que me fere e machuca me mata lentamente O amor que enobrece é o mesmo que humilha O amor que ilumina é o mesmo que tira a luz O amor que pede paz é o mesmo que induz a guerra O amor que nasceu em mim é o mesmo que deve morrer.

Não vem

Pés descalços Areia fina Mar sereno A lua guia Corpo molhado Seios arrepiados Pernas queimam Olhos fixos Desejo ardente E você não vem...

Preto

Vestido preto Branco luar Noite clara Lua cheia Ondas a quebrar Impulso na veia Corpo molhado Pés na areia. Vestido colado O corpo arrepia àgua gelada Calor latente Solidão grita Solidão lateja Saudade insistente Onde você está, estrela?

Contradição

Sou a minha própria contradição Fito-me no espelho Vejo um ser sem perfeição. Inquieta. Ridícula. Louca em plena ação. Há uma voz que grita em mim E a razão a faz calar Vivo o côncavo Mas sou o convexo e fica tudo sem nexo... Espelho, espelho meu Quem sou eu? Sou a minha própria contradição.

Dá licença?

Me dá licença? Preciso falar Todas as palavras guardadas Todas as atitudes freadas Tudo que guardei Tudo que não expressei Preciso por pra fora Preciso ir logo embora E arrancar do meu peito essa tristeza ingrata essa saudade que maltrata... Me dá licença? Preciso olhar em seus olhos Sentir que foi tudo um grande engano Que nunca fiz parte de seus planos Que você nunca me quis Que jamais poderia lhe fazer feliz... Me dá licença?

Domingo

Domingo Dia de maresia Solidão me abraça Me deixa sem graça Me deixa vazia Penso em você Saudade maltrata Saudade ingrata Mais um domingo E você não passa...

Uma palavra

Uma palavra. Sim! Basta só uma palavra tua E poderei liberar meu coração ou aninhá-lo ao teu Poderei viver cada domingo a espera de teu beijo ou arrancar o doce que ainda trago nos lábios meus. Uma palavra. Basta só uma palavra tua. E poderei caminhar solitária ou segurar em tuas mãos Poderei te aguardar em nossa cama ou me jogar inteira no chão. Uma palavra. Basta apenas uma palavra tua!

Descobrir

Imaginar Voar, sair Sobrevoar o universo numa viagem sem fim Poder andar por sobre as águas e não ter medo de cair Escalar montanhas Sentir o fundo do mar Ver uma criança sorrir Saborear todos os doces Experimentar todos os temperos Deixar o sentimento fluir Fazer todas as viagens Conhecer o planeta como a palma da mão Deslumbrar-me com toda essa beleza Tudo isso só para me descobrir...

Herói

Contos de fada Princesas perfeitas Príncipes incríveis Madrastas más Bruxas horríveis Mocinhos e bandidos O bem herói O mal vilão Dia-a-dia Mulheres perfeitas? Homens incríveis? Trabalho, stress Assaltos, violência Contas a pagar Casa pra cuidar Filhos pra educar O mal vilão O bem herói Mulheres perfeitas Homens incríveis Todos heróis Nesse mundo bandido.

Deus e eu

Penso O céu se abre e posso beijar as estrelas Sonho Mergulho no mar e posso acariciar os peixes Choro Sobrevôo o planeta e posso acompanhar os pássaros Medito Caminho pelo mundo afora e posso sentir Deus e Ele fala comigo: Filha, o mundo é seu! Pense, Sonhe, Chore, Medite Seja feliz!

Poemeu

Poema que me desnuda Poema que te seduz Poema que me derruba Poema que te traz a luz Poema de todo jeito Poema do jeito meu Poema que até caleja Poema do olhar teu Poema que fere Poema que ama Poema que te manda embora Poema que te chama Poema de calmaria Poema de desespero Poema sem sabor Poema de tempero Poema de todo jeito Poema do jeito teu Poema de qualquer jeito Poemeu.

Arrancar-te de mim

Eu quero te arrancar de mim! Destilar toda essa cachaça que embriaga meu pensamento Transfundir todo esse sangue que pulsa em meu coração Desenterrar toda essa raiz que me prende à tua terra Eu quero te arrancar de mim! Desatar esse nó que me enlaça a ti Desfazer esse laço que amarra minha emoção Digerir essa comida que alimenta minha alma Eu quero te arrancar de mim! Eu preciso te arrancar de mim!

Lembra-te

Lembra-te de mim quando for possível ou quando fores capaz Lembra-te de mim como uma estrela cadente repleta, faceira, fulgaz que passou por tua vida como algo que o vento traz. Lembra-te de minhas palavras versos e rimas e de tudo que eu quis contar Lembra-te de meu olhar do meu sorriso e de tudo que eu quis sonhar Lembra-te de minhas mãos de meus lábios e do quanto fui capaz de amar. Lembra-te de mim quando for possível ou quando fores capaz Lá dentro de ti há um lugar só meu e de ninguém mais. Lembra-te de mim apenas se fores capaz!

Ser poeta

Ser poeta é ser mágico é tirar da cartola da vida surpresas inimagináveis O poeta enxerga onde ninguém vê O poeta escuta o que ninguém ouve O poeta inala o perfume do mundo retira todas as fragrâncias absorve todo o calor e todo o frio e enche de tudo esse mundo vazio... O poeta usa pincel multicolorido faz da vida uma grande aquarela O poeta dança sozinho na noite silente abraçado a lua, sonhando somente em ter como sua quem sempre anda ausente, O poeta sofre porque ama quem não o vê A vida parece inocente, mas sem perceber deixa sempre o coração do poeta, nas mãos de quem não pode ser.... Lu Oliveira/Tonho França

Nem tudo

Nem tudo que me encanta é capaz de me seduzir Nem tudo que me atinge é capaz de me ferir Nem tudo que me amarra é capaz de me prender Nem tudo que me corta é capaz de adentrar minha alma Nem tudo que falas Nem tudo que calas Nem tudo que pensas Nem tudo que fazes Nada é capaz de me apagar Nada é capaz de me calar Nada me fará deixar de te amar...

Esta noite

Esta noite quero me vingar de todos os dias tristes quando nada fez sentido quando tudo se fez perdido Esta noite quero festejar todos os dias felizes quando sentia-te comigo quando tive um amigo Esta noite quero relembrar de todos os dias frios em que pude sentir a maresia exalando toda sua poesia Esta noite quero abraçar todas as noites de lua cheia em que tive meus pés sujos de areia a caminhar pela praia alheia Esta noite quero apenas partilhar todos os momentos de vida todos os momentos de dor tudo que vivi e que sonhei Esta noite quero o céu quero as estrelas quero pensar que existe o infinito um abraço, um sorriso e que o mundo é tão bonito Esta noite quero reclamar de tudo que a vida me aprontou sem ao menos me avisar deixando preso na memória tudo que desejei alcançar. Esta noite quero explorar todo oceano em minha alma e lembrar que todo pôr-do-sol me energiza e me acalma. Esta noite quero amar. Esta noite quero amar. Esta noite quero apenas te amar.

Crianças crentes

Crianças crentes Crianças carentes Moça, me dá um trocado? Ei, me arruma um cigarro? Mundo perverso Tudo incerto Olhar pra frente Não existe futuro Só existe o escuro E a vida em luto Crianças crentes Crianças carentes Esperança latente Moça, me dá um sonho? Ei, diz que a vida é diferente.. Não seremos em vão, seremos? Ei moça, moça ...seremos? veremos as sementes? Crianças crentes Crianças carentes Olho pra frente e não me sinto gente Crianças crentes... Crianças carentes de um mundo decente... Lu Oliveira / Tonho França

Nunca

Nunca estou perto o bastante pra decifrar teus olhos nem distante o bastante para esquecê-los Nunca estou perto o bastante pra sentir teu calor nem distante o bastante a ponto de sentir frio. Nunca estou perto o bastante pra entender sua verdade nem distante o bastante pra descobrir sua mentira. Nunca estou perto o bastante. Nunca estou distante o bastante. Nunca estou contigo. Nunca estou comigo. Nunca seremos nós.