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Mostrando postagens de janeiro, 2010

Insônia 4

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Luh Oliveira  05/01/2010 03:22h   fantasmas rondam  a sacada da casa  perambulam pela madrugada  na penumbra desenhada  pela lua cheia  que já some no negro céu   percorrem os cômodos  à procura de lembranças guardadas  em alguma gaveta velha  escondidas por debaixo de roupas inúteis   murmuram incógnitas  em meu ouvido  gritos agonizantes  que abrem os olhos  e espantam os sonhos  comuns  íris cor de mel se apavoram  diante da dança insolúvel  de almas inomináveis   pela janela entreaberta  entram os primeiros raios da manhã  que afugentam  todos os medos enraizados  no ventre encolhido   dentro de mim  apenas o desejo  de um dia normal

Último

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Luh Oliveira 31/12/2009 20:51h último quadrinho do calendário é riscado pelo tempo que rodopia no vento bailando em companhia da majestosa lua cheia sorri satisfeito pelo início de novos tempos traz marcas das lágrimas derramadas do grito contido das angústias engasgadas traz olhares brilhantes esperança esquecida som de risadas nas entrelinhas da face envelhecida mas chega em frente acolhe horizontes abre os braços aguarda o novo dia nascer devagarinho trazendo sementes de vida a quem deseja semeá-las

Re novação

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Luh Oliveira 16/10/2009 09:25h no meio do caminho tinha um abismo um breu que se abriu de repente sem aviso prévio caí sem rumo sem conseguir enxergar onde o fim começaria aos poucos chegavam doses de sossego e já era possível ver pequenos raios de sol por alguns instantes dava-me a impressão de ter asas e até cambalhoteava no vento então avistei o arco-íris as cores invadiam as lágrimas e pude ver claramente que não existe o fim

Agonia

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Luh Oliveira 13/11/2009 10h com a alma nua vestida apenas com alguns versos desvairados e sombrios atiro-me neste abismo de nuvens coloridas que suavemente me levarão a qualquer lugar onde eu possa gritar todo o sussurro contido e implorar que deus apenas me ouça e me deixe ser apenas eu agonizante em terra santa

Ego centro

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Luh Oliveira 13/11/2009 16:30h que me importam as dores do mundo se as minhas já não suporto mais eu, senhora do meu próprio umbigo só a mim interessa o que sinto só eu sinto que me importa o que me dizes se a minha verdade é intacta se trago comigo paixões e ilusões só a minha mentira basta-me em verdades o resto é asneira eu- centro do meu universo não queira adentrá-lo há cercas elétricas e certamente irei machucá-lo

Descaminhos

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Luh Oliveira 15/11/2009 21:20h encontro dificuldade de seguir por outra estrada todos os caminhos eram incógnitas havia um atalho que me guiou até teu pedestal eu, imperatriz de versos brancos vesti-me de cores para olhar-te sem pudor até permitir que entrasses pelas sinuosas vias do meu perfume e me embriagasse com um vendaval de antíteses metalinguagens que não fui capaz de decifrar atropelei alertas acelerei espinhos atalho findo: que caminho seguir?

In vasão

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Luh Oliveira 13/12/2009 - 7:30h sorrateiramente teu perfume adentra pela janela entreaberta invade os lençóis listrados com que cubro o corpo tatuado por ti passeias pela face adormecida desenhando com o vento o perfil tantas vezes já visto percorres a trilha enluarada que já sabes de cor como ir e vir levemente penetras no néctar do regaço e acolhes minhas pernas em tuas pernas entrelaçadas de desejo olhas-me mas não podes me ver neste instante viajo pra dentro de ti e me perco na vastidão das águas que te habitam.